quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Coluna da Paah - Gente como a gente: conheça a história a contribuição para o competitivo nacional de Gruntar


Ainda falando um pouco do trabalho de pessoas ligadas ao League of Legends, essa semana contei com a participação de Diniz “Gruntar” Albieri falando sobre sua experiência com jogos (focando o LoL, obviamente) e como é conciliar a família com sua vida profissional.

Diniz "Gruntar" Albieri

Gruntar é pai de família, caster, streamer, mestre de mesa de RPG, fã de Starcraft. E foi no Starcraft 2 que sua vida profissional começou a deslanchar. Gruntar teve a ideia de fazer vídeos com tutoriais em português visando ajudar a comunidade do game. Porem sua vida de caster começou, efetivamente, quando o mesmo participou de um concurso de narradores da Blizzard (empresa que produziu Starcraft, World of Warcrfat, Lost Vikings, etc). Desde então, Gruntar narrou diversos jogos para a comunidade da Blizzard, até que foi galgando seu nome nesse meio.

Como entrou para a história do League of Legends

Gruntar surgiu no LoL meio que de surpresa e no susto, pois teve um mês para aprender sobre o game e narrar a Brazil Game Show de 2012, convidado pela equipe da Electronic Sports League Brasil (ESL). Uma vez que Gruntar já havia trabalhado com a equipe, eles já estavam cientes de como era a narração, comprometimento e profissionalismo do mesmo. Sem contar que acreditavam no trabalho dele.

Vale ressaltar que, Gruntar narrou também o CBLoL de 2013 ao lado de Gustavo “LoLDuBr” Docil e Bruno Luis “LeonButcher” Pereira, como dito na coluna da semana passada. O mesmo foi convidado a narrar o evento uma vez que, as opções de narrações estavam na época, muito limitadas, já que a Agência X5 havia fechado com outro evento.




É inegável que para a carreira de Gruntar, a narração do CBLoL de 2013 foi um marco. Mas também foi um marco para a história do competitivo de LoL. Foi neste evento que Gruntar ganhou a maioria de seus fãs, pois foi um evento com um publico grande, onde ele pôde mostrar todo o seu profissionalismo. Sem contar que para ele, narrar torneio ao vivo é sempre muito emocionante. Sentir a paixão do publico a cada grito é simplesmente inexplicável, diz. Gruntar comenta ainda, que lidar com o publico é algo  bem bacana. Disse que fotos e autógrafos são uma parte bem legal de sua profissão.

Além do  mesmo ter feito uma de suas melhores narrações, Gruntar acredita que aquele CBLoL foi o berço para o que aconteceu esse ano no Maracanãzinho esse ano.

Gruntar sempre gostou de jogos, desde a geração Atari, sendo mais exata. E com isso, o trabalho com jogos é um sonho. Mas no caso dele, uma realidade. Gruntar diz que trabalhar com games é algo sensacional e que foge muito do padrão em que vamos da faculdade, a um emprego em algum escritório e depois temos a aposentadoria.

As dificuldades de ser um freelancer

Por outro lado, Gruntar diz que as dificuldades são enormes. Principalmente se tratando do lado financeiro. Gruntar atualmente é um caster freelancer, assim como LoLDuBr. O mesmo diz que o fato de ser um freelancer e por atualmente não ter um publico grande na stream, isso o torna refém dos eventos para conseguir algum ganho significativo. Fora isso, Gruntar afirma que sua permanência no ramo se dá também Subscribers do Twitch (o famoso Clan do Machado) e que sem essas pessoas ele teria de voltar a um emprego em algum escritório.




Focando no fato de seus trabalhos games virarem sua vida profissional, perguntei ao Gruntar quando que ele começou, de fato a trabalhar com games sendo essa sua única ocupação. Até o final de 2012, Gruntar levou a parte dos games em paralelo com seu emprego como Analista de Sistemas. Quando seu filho nasceu, ele e a esposa decidiram voltar ao Rio de Janeiro pra o mesmo pudesse crescer perto da família. Daí, Gruntar eu pediu demissão e começou a procurar emprego no início de 2013.

Por outro lado, seria muito complicado procurar um emprego sendo que ele estava com a  IEM fechada pra narrar. Ele iria começar um emprego e logo depois ficar uma semana por conta do evento, o que passaria uma imagem ruim para a empresa. Sendo assim, Gruntar resolveu deixar essa questão pra depois do IEM. 

Um fato curioso é que Gruntar tem 10 anos de carreira como Analista  de Sistemas e diz não ser “maluco” de abandonar essa carreira. Por outro lado, ele acredita que o e-Sports esteja crescendo no Brasil e que a tendência é melhorar cada vez mais. Logo ele vê seu trabalho atual como um investimento para o futuro.

Como concilia família/trabalho com games

Como bem a maioria sabe, Gruntar tem uma família e isso gera a curiosidade de como é conciliar família e trabalho com jogos, uma vez que os horários sejam complicados (como já vimos aqui na coluna, a grande maioria das pessoas que trabalham no ramo abrem mão de muitas coisas). Mas para Gruntar, tendo dois filhos e esposa, afirma que o mais complicado é trabalhar em casa. Pois o seu filho mais velho quer brincar o tempo todo. Por outro lado, ele como pai está tendo o privilegio de acompanhar de perto o crescimento dos filhos. O mesmo afirma que a esposa o apoia muito, o que é muito importante para conseguir seguir em frente nessa carreira.



Brinquei, dizendo que os filhos dele crescerão “gamers” por influencia do pai. Porem Gruntar disse que não sabe se eles vão gostar. Se diz bem liberal e quer que sejam felizes naquilo que escolherem. Gruntar disse que vai direcionando e dando boa educação para que eles mesmos possam fazer suas próprias escolhas no futuro.

E o "segredo" pra sermos profissionais como ele?

E a pergunta que não se cala: como nós podemos trabalhar no ramo chamando isso de nossa profissão? Gruntar disse que desistir nas primeiras dificuldades fará com que nunca cheguemos  ao sucesso. Focando na pratica, o mesmo diz ser importante se dedicar, realmente colocar a mão na massa independente do que deseja. Se quer ser um caster, o mesmo indica a fazer um canal  no youtube, colocando conteúdo bacana. Pra quem quer ser um jornalista, ele indica que façam um blog e comecem a escrever matérias sobre um determinado assunto de interesse. Ou seja, correr atrás mesmo que sem ajuda inicial e procurando sempre por oportunidades.



Gruntar diz para sempre focarmos um trabalho de qualidade sempre. Depois que estiver pronto, seja lá o que tenhamos produzido, temos que ler ou assistir e sermos críticos e sempre pedir para que as pessoas sejam conosco. O mesmo recomenda que não devemos ter medo de errar, nem medo de comentário negativos, e não devemos dar ouvido a preguiça. Mas devemos, também sermos humildes.

Uma conversa de um mestre com uma fã

Bom, essa semana eu tive esse bate-papo super proveitoso com o Gruntar, que é uma pessoa que admiro muito, em especial por este lado de ele ter uma família e ainda assim trabalhar com algo que amo. Sempre tive muita curiosidade pra saber como ele lidava com isso tudo. E essa curiosidade se deu exatamente pela minha tamanha admiração.

Eu aprendi demais e com certeza irei agregar muito do conhecimento dele para o meu futuro. Eu atesto tudo o que ele diz com respeito ao trabalho com games. Devemos ignorar o chamado da preguiça, ser humildes e críticos acima de tudo.




Por fim, eu gostaria de agradecer por esse momento que pra mim tanto como fã, como redatora do Demacia, foi especial e importante. É sempre bom ouvir o que pessoas com experiência têm para dizer, ainda mais de quem é tão comprometido com qualidade do que faz. Muito obrigada, em meu nome e no do Demacia!


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