
Já pensou, algum dia, em como é ser cyber-atleta? De como deve ser fazer parte da história do e-sport nacional, ou até mesmo ajudar a escrevê-la? Mas se algum dia você tiver que parar? Pois bem, nessa edição, eu contei com a participação de dois nomes que contribuíram na escrita dessa história: Gustavo “Gutso” Franco e o Yuhri “CloudPrince” Benaion.
Gustavo "Gutso" Franco
Pra quem não os conhece, irei apresenta-los. Gustavo “Gusto” Franco jogou como suporte pelo vTi Nox, um time formado em agosto de 2012, que foi vice-campeão nacional, mas se desfez em dezembro de mesmo ano. Gutso também fez parte, brevemente, do AceZone.
Yuhri "CloudPrince" Benaion
Já o Yuhri “CloudPrince” Benaion, esteve em times como Cyber Gamer e-sports; MAD Gaming, time esse que foi criado juntamente com Martin “Espeon” Gonçalves; chegou a treinar no Team awp; foi cogitado a jogar como jungler, sua role principal, no keyD e foi companheiro de equipe de Gutso no AceZone.
A entrada no e-sport
A principio, pode-se notar que ambos estiveram em times de peso e que ajudaram a fazer do e-sport, no que diz respeito ao League of Legends, o que é hoje. Para Gutso, foi extremamente emocionante estar presente no primeiro grande evento depois da inauguração do servidor brasileiro, o Campeonato Brasileiro de League of Legends da 2ª temporada, onde foram vice-campeões. Sem contar que até mesmo depois do time ter se desfeito, sem duvidas as duas equipes de League of Legends do vTi são lembradas como muito carinho até hoje por muitos.
A parte mais difícil para ambos no competitivo, foi sem dúvidas, entrar para o mesmo. Para Gutso, sua “entrada” no competitivo foi um golpe de sorte. Pois ainda no servidor norte-americano, o mesmo descobriu um campeonato brasileiro pequeno, onde ele fez contato com Diogo “Volcan” Neves. Depois algum tempo, os dois juntos com outros jogadores, formaram o vTi Ice (que se tornou mais tarde, vTi Nox).
Ainda focando na dificuldade de entrar no competitivo, algo que sempre preocupa, ou que gera curiosidade é como será a aceitação da família ou como ficará a relação com os familiares. Visando esse ponto, CloudPrince comenta que lidar com a família foi tranquilo, pois houve uma boa aceitação, desde que ele estipulasse um prazo para entrar numa faculdade, retomando aos estudos. E ambos ainda alertam aos que querem entrar pro competitivo que é necessário jogar bem na Solo Queue. Pois é, basicamente, mostrando bom potencial que alguma organização poderá fazer contato.

Porem prioridades particulares fizeram com que ambos se afastassem do cenário. Gutso, em 2012, havia se afastado pelo fato de ter que se dedicar aos estudos, já que ele tinha como meta passar no vestibular e naquela época, não havia esse incipiente investimento no jogo como hoje. Era tudo muito incerto. Perguntei a ele se tivesse ocorrido no cenário da atualidade, ele tomaria a mesma decisão, e o mesmo disse que faria de novo, pois não se arrependeu de ter se afastado. Já para CloudPrince, o motivo foi semelhante. O mesmo afirmou que sua carreira de cyber-atleta passou para segundo plano e que os estudos e outras prioridades da vida necessitaram de mais foco.

Mas mesmo afastado, CloudPrince tenta manter um certo contato com os fãs. O mesmo tenta streamar sempre que possível e diz gostar muito de conversar com quem o acompanha e dar dicas a eles. Gutso continua jogando, porem só na Solo Queue.

Comentando sobre a possibilidade de ambos voltarem a jogar, Gutso afirma que só se um time tier 1 o convidasse, pois ele só abandonaria sua faculdade e o que construiu, por algo realmente concreto. CloudPrince deu uma resposta um pouco parecida, dizendo que depende muito da estrutura da organização e de como estará sua vida em relação as suas metas pessoais.
Nota-se que, é o sonho de muitos jogar competitivamente, fazer parte do cenário e ajudá-lo a crescer, mas nós podemos perceber, também, que mesmo que o atual momento seja inicio do crescimento e o incipiente interesse da mídia pelo e-sport, que ainda falta muito para que o mesmo seja um porto seguro.
Vimos aqui exemplos de histórias de pessoas que tiveram que se afastar do cenário para cuidar do futuro. Infelizmente, é ainda bem complicado trabalhar com games aqui no Brasil, em especial pela falta de investimento e desconhecimento da área por grande parte dos brasileiros, sem contar no preconceito que ainda existe.
Porem cabe a nós torcer para que cada vez mais o cenário cresça para haja respeito e reconhecimento para cyber-atletas, bem como para o e-sport nacional se tornar algo estável e realmente concreto. Por outro lado, devemos parabenizar aos dois pelo trabalho desenvolvido e por terem ajudado a escrever grandes capítulos da história do e-sport nacional e, também, ficarmos na torcida para o sucesso no futuro de cada um.

Por fim, gostaria de agradecer em meu nome também no do Demacia pela participação de ambos nessa matéria e pela simpatia. Foi de grande importância a contribuição de vocês para levar informações aos nossos leitores. Muito obrigada e mais uma vez, sucesso!
Cya! ~