segunda-feira, 28 de julho de 2014

Coluna da Paah - O e-sport que realmente deveria ter aparecido na TV


Diego "Toboco" Pereira no Encontro com Fátima Bernardes 

Com a chegada do servidor brasileiro de League of Legends, o jogo ganhou uma visibilidade enorme no nosso país. O mesmo foi chegando e virando febre, contagiando gente de todas as idades. Geralmente, essa febre tem um período curto quando se trata de games online. Muitos jogam, se empolgam, depois uns poucos continuam jogando. Por outro lado, não é bem isso que nós vemos com o nosso League of Legends, não é verdade?

Muito tempo já se passou com a chegada do nosso servidor e a empolgação com o jogo só vem aumentando. A expectativa com eventos presenciais, com times, jogadores, mecânicas, novos campeões, mapas, só cresce. Diferentemente do que acontece com  muitos outros jogos por aí. Eu não sei qual o verdadeiro segredo do sucesso e isso não é foco de hoje, mas arrisco dizer que isso só foi possível pelo fato de termos uma empresa competente por trás do jogo e jogadores e outras empresas que amam e respeitam o e-sports.

KaBuM comemorando a entrega ta taça na final do CBLoL

A mídia e o e-sport

O caso é que a visibilidade do nosso jogo cresceu tanto, mas tanto, que começou a chamar atenção da grande mídia. Nós já contamos como uma matéria no programa Mais Você e hoje uma matéria no Encontro com Fátima Bernardes. Nota-se que o jogo se tornou um fenômeno instigante para muitas pessoas. É curioso pra quem está de fora dessa “esfera” imaginar que existem pessoas que trabalham jogando e que ainda, existem outras pessoas que narrem esses jogos como no futebol, por exemplo. É complexo pra elas aceitarem isso de forma positiva, sendo que o esporte eletrônico (e-sport) não foi uma preocupação e nem ao menos foi incentivado no nosso país.

Público no CBLoL

Até mesmo parte da minha família tem certo pré-conceito (isso mesmo, um conceito previamente definido) sobre o fato de terem pessoas que são cyber-atletas, ou seja, trabalham como atletas de e-sports. Pra eles o jogo é só diversão e fim. Mesmo me conhecendo e sabendo que sou uma apaixonada pelo e-sport, é difícil de aceitar a ideia de que não é apenas um hobby ou um lazer e sim um esporte, eletrônico, mas esporte!

O que eu quero chamar atenção aqui, foi algo que senti falta no programa Encontro. Foi exatamente o ponto onde o programa não mostra que os nossos jogadores são, na verdade, atletas. Eles não jogam por capricho, não jogam pra contrariar seus pais, eles jogam porque esse é o trabalho deles, porque isso é um esporte eletrônico e porque eles acreditam e amam isso, assim como eu.


Reconhecimento do e-sports como um esporte e dos jogadores como atletas 

Em vários países de todo o mundo, podemos ver que existe um incentivo muito grande para o crescimento do e-sport. Recentemente, fomos surpreendidos por  universidades de renome, como a Arizona State e Harvard, ambas dos Estados Unidos, que estava oferecendo bolsas de estudos com foco nessa área.¹ Ainda neste país, vimos que o próprio governo reconhece os jogadores como atletas, depois de várias pessoas do ramo (incluindo a própria Riot) discutirem a importância desse reconhecimento. Bem como a permissão de que os atletas tivesse os vistos para poderem exercer suas funções de atletas.² Sem contar que o e-sports já movimenta hoje cerca de R$500 mil somente aqui no Brasil.³

Final do último Torneio Mundial de League of Legends


Neste ultimo final de semana, o Maracanãzinho foi palco de um verdadeiro espetáculo de e-sports, a final do Circuito Brasileiro de League of Legends, o CBLoL etapa regional. Pra quem não entende, essa final foi entre dois grande times, CNB e-Sports Club e KaBuM e-Sports, onde apenas um sairia para uma classificatória que poderá dar vaga para campeonato mundial. Vimos um verdadeiro show de habilidade, de beleza e amor pelo e-sports.

A partir disso, pode-se notar a grande importância que o e-sports têm, né? E do quão árduo é o trabalho de nossos atletas, bem como as dificuldades que os mesmos encontram para desempenhar seu papel. Exige tempo, treino, inteligência. São tão profissionais como um jogador de futebol, por exemplo. Não pensem que os atletas não sofrem e que não sentem falta de casa, pois eles sentem sim! E pode ter certeza absoluta que eles passaram por muitas dificuldades pra chegar aonde chegaram. E que já passou da hora de nosso atletas serem reconhecido não somente como mero jogadores. O e-sports, a meu ver, já deixou de ser fenômeno para ser uma realidade.


O que realmente deveria ser exibido no fim do programa Encontro

Por fim, não vejam como uma critica negativa, mas a forma como encerraram a matéria do Encontro desmereceu muito o nosso cenário. Desmereceu demais o trabalho dos atletas, colaboradores, fãs, e de toda uma equipe que está empenhada no crescimento do e-sports. Não acho que deveriam ter encerrado com os vídeos horríveis de atitudes deploráveis de pessoas que nem ao menos são atletas. Pois não é isso que vimos nos CBLoL! Mas vimos, sim, uma grande festa, uma grande alegria saudável, o carinho e respeito de quem lutou até o fim, de quem passou por barreiras, que enfrentou preconceito e pré-conceito pra sair de casa e fazer o que ama como profissionais. Acredito que o programa deveria ser encerrado com vídeos como esse que coloquei abaixo, pois isso sim é o e-sport!



Ufa! Pronto, falei!

Cya!~

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¹Jogador de League of Legends pode ganhar bolsa de estudo nos EUA, Estadão
²Governo dos EUA reconhece jogadores de LoL como atletas, Exame Info Abril 
³Entenda o fenômeno do e-sports, que já movimenta R$ 500 mil no Brasil, UOL Jogos


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