Várzea. Nada é tão brasileiro e comum a nós do que o futebol
de várzea, aqueles campinhos espalhados em cada cantinho do nosso país de
grama, terra, areia, concreto, asfalto, barro, ou a mistura destes e outros
elementos. Duas traves, chinelas, paralelepípedos, pedaços de madeira, ferro,
ou quaisquer outros materiais. E vontade, muita vontade. A várzea é o coração
do principal esporte do Brasil e ele é a inspiração deste artigo.
2014 é um ano de muita mudança para o League of Legends (LoL) no Brasil. Um ano de muitos investimentos,
aquecimento, apostas, importações, profissionalização. Profissionalização. A
tão sonhada elevação do “joguinho de bonecos coloridos” ao “esporte eletrônico”
como n’outros países mundo a fora. O que, há poucos anos, parecia um sonho e um
desejo inalcançável, hoje é realidade. Jogadores vivendo disto, sendo pagos
para isto. E, por detrás, toda uma estrutura sendo formada. Ligas, patrocínios,
empresas, organizações, grandes eventos, arenas, Maracanãzinho. Maracanãzinho,
pessoal!
Cada dia que passa, o League
of Legends vai tomando proporções inimagináveis. Jogadores ganham status de
ídolos, assim como no futebol. E, assim como no futebol, é na várzea que as
coisas realmente acontecem! “Como assim?
O que diabos você está dizendo? Aonde você quer chegar?”, devem estar
perguntando vocês neste exato momento.
E a resposta é simples: a
várzea é o caminho!
Pode parecer confuso, a princípio, mas muito claro àqueles
que já compreenderam o insight que
move este artigo. Se, por um lado, caminhamos cada vez mais para a
profissionalização e a consolidação de um cenário e circuito oficial. Por
outro, é na “várzea”, nos torneios de menor repercussão, no circuito amador (ou
semi-profissional, como quiserem chamar), e na soloQ que as coisas realmente
vão acontecer. Isto já é um fenômeno recorrente em outros cenários.
Há dois anos, o NA
foi surpreendido com a chegada da desconhecida Cloud 9. Este ano, no EU,
tivemos a ascensão da Roccat. E,
inclusive, este ano tivemos as challenger
series que é, nada mais, nada menos do que institucionalizar a várzea (os
times da divisão desafiantes). Este artigo é um alerta e, ao mesmo tempo, um
salve àqueles que jogam, promovem e fazem o circuito brasileiro!
A partir de agora, deste ponto que chegamos, vocês serão
cada vez mais necessários e essenciais. Serão responsáveis por trazer
novidades, por reoxigenar os campos da justiça. E é por isto que fiz um
paralelo com a várzea, não de forma pejorativa, mas para exaltá-la. Para o
futebol, a várzea é extremamente necessária. Para o e-sport, os torneios
amadores e seus circuitos também.
[Fotos: Montagem - Web | EUW Challenger Series - Web]