Singularidades e Promessas
No último texto dessa série disse que havia grandes possibilidades para um futuro glorioso na organização do nosso joguinho. Mas há que se manter atento aos possíveis erros, de modo que não naufraguemos na esperança de encontrar a prosperidade do nosso competitivo. Por este motivo vamos buscar no cenário mundial suas particularidades. Evidenciar o que deve nos toma maior atenção, expondo a contribuição singular de cada região.
No final da terceira temporada tivemos como vice-campeã mundial a equipe chinesa Royal Club. No entanto, parece que a ascensão do E-Sport no país não teve tanto sucesso. No mesmo mês, após a conquista, o jogador Tabe ( suporte e capitão ) decidiu retirar-se do jogo. Em entrevista afirmou que possuía planos para sua vida pessoal e que o salário de jogador profissional dentro do competitivo chinês era muito inferior ao de comentarista/narrador e que continuaria sua carreira agora como comentarista.

Também por motivos financeiros a LMQ ( equipe irmã da Royal Club ) decidiu, no começo da 4ª temporada, migrar para a América do Norte. Surgiu então a afirmação da própria equipe de que a mudança de continente se daria pela maior competitividade americana. O que foi logo refutado pela maioria dos analistas de League of Legends sabendo das condições do campeonato chinês: alta competitividade e subfinanciamento, tal afirmação simplesmente não se sustentava.
Nos Estados Unidos com apoio de grandes marcas, tanto de produtos de informática quanto de produtos para o público jovem, as equipes e jogadores possuem maior facilidade de viverem da prática desportiva. São estimulados também por campeonatos de menor importância como: Go4LoL, Challenger Series e campeonatos universitários. Tem a chance fazer transmissões online de seus jogos monetizando-as por um valor elevado. O estímulo financeiro individual das grandes estrelas do E-sport NA tende a criar equipes desbalanceadas. Deixando o competitivo nacional frágil e tendendo a migração de equipes estrangeiras.
Notando essas peculiaridades de cara cenário vejamos o que tem acontecido com organizações brasileiras.
Há alguns meses a organização brasileira Seven Wars adquiriu a equipe mexicana Lyon Gaming. Desde que foi firmada a parceria é notável o esforço da equipe em integrar o time com o público brasileiro. Muitas vezes fazendo a interlocução em português.

Fora do jogo os investimentos também apontam para um futuro promissor. Já possuímos alguns campeonatos profissionais e com estrutura consolidada. Acredito que nenhum de nós imagina o ano seguinte sem um Campeonato Brasileiro ou uma IEM. Mesmo os campeonatos regionais tem cada vez maior adesão e maior profissionalismo em sua organização. Temos o Gamepólitam, maior evento de games do nordeste, para constatar o profissionalismo adquirido.
Apesar do crescimento dos investimentos no cenário brasileiro devemos ter cuidado para que este não seja o primeiro e o último passo de nossa escalada. Tivemos nos últimos meses denúncias graves de infrações as regras por partes de jogadores, incluindo os do meio profissional. Este tipo de prática antidesportiva implica não só na punição do jogador mas também no descrédito de todo o esporte frente aos patrocinadores. Visto que marca alguma gostaria de vincular seu nome e imagem a um jogador que faz uso de práticas ilegais. Casos como este já aconteceram no passado com a equipe russa Moskow Five. A natureza ilegal das práticas dos administradores da equipe sujaram toda a história e a reputação de um dos times mais tradicionais do jogo. O que resultou na extinção da organização.
Há pouco tempo o cenário mundial levou outro baque referente a corrupção no jogo. A equipe coreana Ahq e-sports sofreu manipulação por parte de sua staff para beneficiar pessoas envolvidas em apostas. O jogador Promise, do mesmo time, chegou ao extremo de tentar suicidar-se e encontra-se em grave estado de saúde. Apesar da tragédia do acontecimento muito jogadores pelo mundo tem feito campanhas para angariar fundos para a recuperação de desportista coreano. Este é o tipo de prática que transforma o League of Legends em, não só um jogo eletrônico mas, um esporte onde só há vencedores.

Como já disse outras vezes: este texto pretende ser periódico e abordará diversos temas. Cada qual a seu tempo. Se você procura sobre um determinado tema dentro da abordagem espere o capítulo respectivo.
Agradeço a atenção de todos os leitores. Espero reencontrá-los na próxima segunda-feira para levarmos mais um papo sobre o futuro do nosso E-sport favorito.
Deixe sua opinião nos comentários para que possamos debater em futuros posts.
Cya~