sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Entrevista: Guilherme "Necro" da Silva fala ao Demacia sobre o cenário brasileiro atual



Diante dos últimos acontecimentos envolvendo o cenário competitivo de League of Legends brasileiro, resolvemos convidar Guilherme "Necro" da Silva - uma pessoa diretamente envolvida com o cenário - para responder algumas perguntas sobre o rumo que estamos seguindo e uma possível Liga Brasileira, confira.

Demacia: Como as constantes mudanças nas equipes afetam o cenário competitivo brasileiro? Isso é algo positivo ?
Necro
Tem seus positivos e negativos. O lado legal é que todo time quer melhorar e por isso muda bastante os jogadores. O grande problema é que a quantidade de mudanças raramente permite a entrada de novos jogadores. Se você for comparar com o cenário Coreano, por exemplo, há uma grande rotatividade de jogadores inclusive em times de grande renome como a CJ Frost. Por outro lado, eles sempre estão trazendo NOVOS nomes, ao invés de reciclar jogadores velhos e conhecidos.


Demacia: Essas mudanças podem ser consideradas apenas uma fase do nosso cenário ou isso é algo que deve se manter por um longo prazo? Por quê?
Necro
Estamos no início de ano e a Riot ainda vai anunciar o circuito competitivo Brasileiro em breve. É natural que hajam tantas mudanças no começo. Mais pra metade já teremos os rosters bem consolidados.


Demacia: Na sua opinião, só teremos uma Liga Brasileira quando os times se profissionalizarem, ou só teremos profissionalização quando tivermos uma liga?
Necro
Eu acho que a Liga Brasileira tá bem próxima de acontecer O profissionalismo vai ser consequencia.


Demacia: Está faltando iniciativas por parte da Riot em relação ao cenário competitivo brasileiro? O cenário depende da empresa que administra o jogo para se profissionalizar?
Necro
A grande diferença entre os cenários é: lá fora eles têm toda a estrutura pra jogar e tem uma constante pool de talentos prontos pra tomar o seu lugar. As queues nos outros países são mais competitivas graças ao fenômeno da LCS. O fato de você ter vários times que vivem só do jogo aumenta demais o nível do cenário. Aqui no Brasil não temos essa constância ainda, mas acho que dentro de poucos meses já estamos chegando nessa estrutura.


Demacia: Com os eventos recentes deixando claro o despreparo dos times brasileiros em criar um cenário competitivo de fato profissional, o que você acha que diferencia os jogadores brasileiros quanto aos de outros países como os Estados Unidos e países Europeus?
Necro
Hmm.. acho que a palavra profissionalismo é muito solta por aí. Acho que se nós tivermos que copiar o modelo de alguém, tem que ser dos times coreanos. Lá sim os times funcionam. Até mesmo nos EUA e Europa nós temos casos de times que são uma baita várzea (citando como exemplos aqui a Lemondogs que não conseguiu reunir papelada pra botar o time dentro [ da LCS ] e o time MRN que teve muito rolo com pagamentos dos jogadores).


Demacia: Há algum time que você acredite ser um modelo no qual os outros devem se basear sobre profissionalismo? Ou ainda não temos um time assim?
Necro
Se for levar exemplos mesmo, ou os coreanos (apesar do modelo de negócios deles não funcionar tanto pro nosso país) ou a EG [Evil Geniuses], que é argumentável o time de e-Sports mais bem sucedido (business-wise).


Demacia: Guilherme "Necro" da Silva
Necro
Joga League of Legends há quatro anos, já escreveu na Legends Brasil, atuou como caster ao lado do Toboco e já foi tradutor e apresentador da IEM-SP de 2012, no entanto ganhou destaque nacional ao começar o seu trabalho como treinador na Pain Gaming, ao ser campeão brasileiro ao lado da equipe, atualmente está desligado da Pain, analizando outras propostas.

Acompanhe o trabalho dele diretamente em www.facebook.com/necroBR.

[Foto: Guilherme "Necro" da Silva atuando como técnico na BGL Arena - Crédito: Agência X5]


Camila Falk
Camila Falk, 19 anos. Estudante de Ciências da Computação na UFSC e uma das criadoras do Demacia. É viciada em séries e sabe que isso não é relevante pra assinatura, ainda não superou o final de How I Met Your Mother.
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