segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

‘A Arte da Guerra’ aplicado ao League of Legends #02 – Pontos fortes & pontos fracos

Parte II - "Pontos fortes & pontos fracos" (Fonte: web + montagem)


Olá, todos estão bem?

Antes de tudo, gostaria de agradecer a ótima repercussão que a primeira parte deste artigo teve (se você não leu, clique aqui e não perca de vista!), obrigado mesmo! Inclusive, um amigo meu estava me contando que associações entre o League of Legends (LoL) e ‘A Arte da Guerra’ já é coisa antiga entre as pessoas que jogam e, inclusive, há um canal no youtube do usuário gbay99 (clica aqui, mas é em inglês!) com vídeos chamados “The Art of League”, muito bons por sinal. O mais engraçado é que uma amiga me mandou este canal depois de ter escrito a primeira parte.

Isto só mostra o poder que esta obra tem e o quão rica ela é, pois cada pessoa é capaz de extrair um pouco de seu conhecimento e aplicá-lo não só ao League of Legends, mas à sua vida. Na nossa primeira parte, conhecemos o princípio da “espada embainhada” que serve como ponto para o que vamos explorar neste segundo artigo: Pontos fortes & Pontos fracos.

Pontos fortes & Pontos Fracos


Em alguns textos, este capítulo é conhecido como “Do cheio de do vazio”, mas na tradução que li é tido por “pontos fortes & pontos fracos” e, por mais que pareça obvio, numa leitura simplória a exploração destes pontos é algo crucial para o sucesso na Arte da Guerra e, conseqüentemente, no League of Legends. O pensamento expresso neste capítulo é, na realidade, a essência da nossa rota do topo (top lane), muito embora seja aplicada a qualquer uma delas. Mas gosto de fazer alusão ao topo, pois é lá que temos um embate franco de um contra um, um verdadeiro duelo. Desde modo, Sun Tzu traduz todo seu ensinamento numa única frase:

Um grande general não é arrastado ao combate; ao contrário, sabe impô-lo ao inimigo.

A fase das rotas (lane phase) é um ponto crucial em todo o jogo. Muitas vezes supervalorizado (quem nunca ouviu: “stompei minha lane e esses retardados feedam!” ou “pqp esse <fulano> feedou o cara no top, agora f*** tudo!”), é neste ponto onde as primeiras vantagens são construídas. Seja em farm, abates, assistência e objetivos (torres, dragões, etc.). E quantas vezes, esses pontos são utilizados como ardis, como manobras, para nos levar a uma derrota esmagadora no meio/final da partida?

Muitas pessoas não sabem lidar com adversidades. A regra básica do LoL é: empurre seu oponente contra a sua torre e faça-o ter dificuldades de farm. Se você observar jogadores profissionais perceberão uma qualidade em quase todos eles: uma extrema noção e capacidade de farmar mesmo sobre pressão. Aparentemente um conceito simples, traduz-se numa necessidade latente. Em jogos competitivos é normal adotar um match-up (combinação de campeões) que não é favorável, ou mesmo inversão de rotas (2vs1), pensando em extrair vantagens ou anular determinadas desvantagens:

Exemplo de lane 2vs 1 (fonte: web)

Exemplo: uma Vayne que teria dificuldades farmando contra uma Caitlyn consegue prosperar no topo com seu suporte contra um Nasus e ainda atrapalhar brutalmente seu farming do Ataque do Sifão (Q).

Um jogador experiente sabe, portanto, lidar com estas situações. Pensemos neste mesmo Nasus, que está contra uma Vayne e Thresh. Se ele agir de modo normal e ficar no meio da sua rota, além de não conseguir lidar com a agressão da dupla ficaria vulnerável a uma emboscada (gank) do jungler adversário. Qual a solução? Deixar que eles aparentemente te pressionem e ficar no conforto de sua torre, farmando. Afinal, o “brilho” do Nasus é no meio da partida, com seu Ataque do Sifão (Q) farmado e não morrendo no topo porque se precipitou e caiu no paranauê.

Não caia no paranauê, fera. (Fonte: web)

Sun Tzu adota algumas etapas para conferir a perfeita utilização das vantagens na preparação para a batalha, conforme a imagem abaixo:

(Fonte: web)


Comentarei algumas delas fazendo alusão ao League of Legends:

1. Chegar cedo ao campo de batalha. Obvio, não? Quem assistiu a classificatória da IEM(SP) ontem percebeu o quanto isto fez diferença nos dois jogos da KeyD contra a CNB e a Seven Wars. O suporte, Loop, por duas vezes foi pego num facecheck no level um e cedeu a primeira morte (frist blood) ao time adversário, fazendo-o começar com uma larga vantagem. Isto também se aplica aos jogadores das rotas solos que precisam, normalmente, ajudar seu jungler e chegar rapidamente à rota para não perder experiência e farm.

2. Induzir o inimigo. Existem três táticas embutidas aqui: “quando tranquilo, esgota-o”, podemos encarar isto como o haras, quando você incomoda o seu inimigo. “Quando bem alimentado, definha-o”, digamos que você já morreu uma ou duas vezes para seu inimigo. Você vai para cima? Não, absolutamente não! Controle o farm e espere uma oportunidade (um gank do seu jungler, por exemplo) para poder sobrepujá-lo, encará-lo de frente só vai fazer aumentar sua vantagem. “Quando em repouso, obrigue-lhe a mover-se”, podemos encarar isto como o roaming. Sair de sua rota e ajudar as outras é uma boa forma de desestabilizar seu inimigo. Ou ele te segue ou você conseguirá ajudar seus companheiros.


3. Descobrir onde ele é mais forte e mais fraco. Esta é uma coisa que especialmente os junglers devem dominar. Saber qual rota precisa ser ajudada e qual pode ser deixada de lado. Muitas vezes, na soloQ, vejo pessoas reclamando dos jogadores desta posição e pedindo emboscadas (ganks). Porém, a função do jungler é, na realidade, equilibrar a balança do jogo: seja ajudando uma rota que é naturalmente mais fraca ou ajudando uma já em vantagem à criar a bola de neve (snowball). É preciso ter sabedoria para executar isto.

Outro ponto abordado por Tzu é com relação aos terrenos de batalha, algo que pretendo explorar no próximo artigo. Neste, tratamos dos pontos fortes e fracos e trabalhamos alguns conceitos para além da “espada embainhada”, como aperitivo, fiquem com esta citação:

Descobrindo a posição do inimigo enquanto ocultamos a nossa, teremos força totalmente concentrada onde ele estiver dividido. Se nosso exército estiver unido enquanto o exército do inimigo estiver fragmentado, atacaremos como um só corpo e seremos muitos contra poucos. Dessa forma, se formos capazes de golpear com uma força superior uma força inferior, usando muitos contra poucos, qualquer um que levarmos a lutar estará em situação de desespero.

Exatamente amigos, no nosso próximo artigo vamos tratar de Terreno. E, claro, lutas de equipe (teamfights)!

Até a próxima, guerreiros!






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