‘A Arte da Guerra’ aplicada ao League of Legends #01 – A espada embainhada

Parte I - A Espada Embainhada (Fonte: web + montagem).

Saudações!

2014 começou e todos estão com mais tempo livre. Neste meio tempo, fiz questão de pegar alguns livros da minha prateleira que a muito não visitava e me deparei com um livro fininho chamado ‘A Arte da Guerra’ de Sun Tzu. Já tinha lido o livro duas vezes, desde que o comprei, há pouco mais de cinco anos, mas quando retomei esta terceira leitura percebi o quanto esta fantástica obra pode ser aplicada ao League of Legends (LoL).

Sun Tzu escreveu este livro e seus treze capítulos na China há mais de 2.500 anos e até hoje ele possui muita importância, ocupando prateleiras de administração e negócios, sendo lida por milhares de pessoas ao redor do mundo. Acredita-se que seus ensinamentos tenham servido como base para alguns dos maiores estrategistas militares da história, como o francês Napoleão Bonaparte e o cientista político Nicolau Maquiavel, autor da obra “O Príncipe”. Sem muitas delongas, vamos ao começo desta série.

A Espada Embainhada

"Controle a si mesmo e controlará o inimigo" - Sin, Lee. (Fonte: web)

O que me levou a trazer esta obra ao Demacia! foi uma coisa muito engraçada. Estava jogando com um dos meus campeões favoritos, Lee Sin, e numa de suas frases ele diz: “controle a si mesmo, e controlará o inimigo”. Isso rapidamente me remeteu ao seguinte trecho:

Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.

Neste artigo introdutório debruçar-me-ei neste pensamento colocado acima e no capítulo III do livro chamado “A espada embainhada”. Não raro, seja em jogos normais e na soloQ encontramos determinados jogos que são perdidos por circunstância diversas e, normalmente, buscamos a culpa nos outros. Seja no inimigo que foi mais forte, em nossos companheiros que foram ruins, mas dificilmente olhamos para nós mesmos. Isto é natural do ser humano, buscar o erro fora de si.

Existem também, centenas de artigos falando o obvio: que o problema está em você. Muitas vezes está, muitas vezes não. A questão é que nem sempre todas as batalhas serão vencidas, isto é algo natural. Porém, o que difere uma vitória de uma derrota completa é a forma como você a encara. Se você perde uma partida e não consegue observar quais os motivos, quais as escolhas fizeram você chegar àquele resultado: está fadado a afundar cada vez mais.

Um jogador sábio, ou melhor, um guerreiro sábio sabe utilizar suas derrotas para elevar seu espírito. E isto não é balela filosófica. Quantas vezes você não parou e pensou nas decisões que você acabou de ter e que te levaram à morte. Coisas como: “poxa, poderia ter usado meu ultimate antes” ou “deveria ter flashado um pouco antes”. Decisões.

A espada embainhada mostra justamente isto. Sun Tzu revela que um general sábio sabe ler seu inimigo e utiliza-se de estratagemas para derrotá-lo sem precisar de uma guerra franca e desmedida.  Vejamos outro trecho da obra:

Se está em igualdade de condições poderá enfrentá-lo [o inimigo]; se ligeiramente inferior em número, poderá evitá-lo; se inferior em todos os aspectos, poderá fugir dele. Embora um combate obstinado possa ser dado por uma força pequena, esta acaba capturada pela força superior.

Quantas vezes morremos em determinadas partidas por simplesmente ignorar pequenos detalhes: um level a mais, uma wave de minions a mais; a falta de uma ward; um facecheck mal efetuado; um flash ou habilidade em cooldown? Diversas! Jogadores profissionais e mais experientes sabem ler esses determinados pontos. Na realidade, eles já tem isto quase que introjetado em suas mentes. Eles sabem quando, por exemplo, vão pegar um nível na frente e podem dar um “tudo ou nada” (all-in).

Porém, se você consegue fazer a leitura das vantagens e desvantagens que carrega no jogo, pode conseguir contornar até o mais forte dos jogadores. É isto que A Arte da Guerra ensina: não existe ninguém invencível.

Como o Lee Sin nos mostra, aliado ao conhecimento de Tzu, para se ter sucesso é preciso, primeiro, conhecer a si mesmo (e encare isto, dentro do LoL, como todo o seu time). Fazer a leitura dos personagens que compõem seu time é essencial. Quantas vezes, na soloQ, vemos times sem nenhuma sinergia?

Exemplo: Um Jarvan IV na jungle (cujo ultimate junta inimigos); Um Gragas no Mid (cujo ultimate espalha inimigos); um Thresh Suporte (cujo ultimate junta inimigos); Uma Caitlyn (cuja ultimate ataca alvo único) e um Shen (cuja ultimate concede escudo).

Embora existam jogadas possíveis, percebam o quanto as ultimates dizem sobre os personagens e as composições que podem ser feitas. Entretanto, muitos jogadores sequer observam isto, apenas pegam aquilo que lhes convém. Isto é não conhecer a si mesmo. Ou pior, pegam algo que não estão acostumados simplesmente porque “fulano countera ciclano”. Isto é a maior burrice. Jogue com aquilo que você sabe, sempre! (Claro, esta regra não se aplica a jogos normais, com amigos, etc.)

Sun Tzu mostra que há cinco coisas fundamentais para vitória:

Será vencedor quem souber quando lutar e quando não lutar;

Será vencedor quem souber como manobrar tanto forças superiores como as inferiores;

Será vencedor aquele cujo exército estiver animado do mesmo espírito em todos os postos;

Será vencedor quem, autopreparado, espera para surpreender o inimigo despreparado;

E será vencedor quem tiver capacidade militar e não sofrer a interferência do soberano.

No próximo artigo, aprofundaremos mais dois pontos, dos cinco apontados. Começaremos a falar de ‘Pontos Fracos e Fortes’.